Se Maquiavel estivesse vivo hoje, provavelmente ele não estaria escrevendo cartas para príncipes ou arquitetando estratégias para a corte de Florença. O cara estaria em podcasts, dando consultoria para CEOs e influenciando políticos nos bastidores. Afinal, sua obra "O Príncipe" continua mais atual do que nunca, mesmo tendo sido escrita há mais de 500 anos. Quer entender como Maquiavel se encaixa no mundo moderno? Segura essa viagem pelo pensamento do homem que redefiniu o conceito de poder.
No século XVI, o poder estava nas mãos dos monarcas e nobres, mas hoje ele se espalha de formas muito mais complexas. Temos chefes de Estado, líderes corporativos, influenciadores digitais e até bilionários que moldam a sociedade sem precisar de um título real. Se Maquiavel falasse para esse pessoal, ele provavelmente diria: "Seja temido, mas sem parecer um tirano". Ou seja, tenha controle da situação, mas saiba vender sua imagem com carisma e estratégia. Imagine que Maquiavel fosse o coach de um influenciador digital. Ele diria algo como: "Não basta apenas criar conteúdo. Você precisa saber como manipular sua imagem, entender o que seu público quer ouvir e, quando necessário, fazer alianças estratégicas para manter sua relevância". Isso não soa exatamente como o jogo das redes sociais?
Se tem uma coisa pela qual Maquiavel é conhecido (e mal interpretado), é a ideia de que "os fins justificam os meios". Na real, ele nunca disse essa frase exatamente assim, mas o espírito da coisa está em sua obra. Ele defendia que um líder precisa fazer o que for necessário para manter o poder, mesmo que isso envolva tomar decisões moralmente questionáveis.
Se trouxermos essa ideia para o século XXI, podemos ver essa "moralidade flexível" em diversas áreas. Empresas que exploram o marketing agressivo, políticos que fazem alianças inesperadas e até pessoas comuns que ajustam seus valores conforme a situação. Maquiavel não estava dizendo que você precisa ser mau, mas sim que, em um mundo competitivo, a ingenuidade pode ser fatal.
Em "O Príncipe", Maquiavel fala sobre como um líder precisa parecer virtuoso, mesmo que nos bastidores a história seja outra. Hoje, isso se traduz perfeitamente na cultura do Instagram e das redes sociais. Você já percebeu como muitos políticos, empresários e influenciadores criam uma imagem pública que nem sempre condiz com a realidade?
Pensa num político que posta fotos comendo pastel na feira para parecer "gente como a gente", enquanto por trás dos panos ele vive uma vida de luxo. Ou aquele empresário que se diz inovador e sustentável, mas na prática explora seus funcionários. Para Maquiavel, isso não é hipocrisia, é estratégia: "As pessoas julgam mais pela aparência do que pela realidade". E, convenhamos, ele não estava errado.
Uma das perguntas mais clássicas de Maquiavel é: é melhor ser temido ou amado? E a resposta dele é genial: o ideal seria ser ambos, mas se tiver que escolher, melhor ser temido do que amado. Mas calma, isso não significa que você precisa ser um ditador. No mundo de hoje, podemos traduzir isso para a liderança nas empresas e até nas relações interpessoais.
Um bom exemplo é a forma como grandes CEOs lidam com seus times. Alguns são carismáticos e inspiram lealdade (como Steve Jobs ou Elon Musk), enquanto outros mantêm o controle pelo medo das consequências (como Jeff Bezos e sua cultura de alta exigência na Amazon). No fim das contas, o que importa é que o líder mantenha sua posição e faça o sistema funcionar.
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Outro conceito essencial no pensamento de Maquiavel é a relação entre "fortuna" (sorte) e "virtù" (habilidade). Para ele, a sorte pode até influenciar a vida de uma pessoa, mas o verdadeiro líder não depende dela – ele cria suas próprias oportunidades. Se trouxermos isso para os dias de hoje, pense nos empreendedores que souberam se adaptar às crises, nas startups que transformaram dificuldades em inovação e até nos influenciadores que aproveitaram tendências para crescer. Maquiavel diria para você: "Não fique esperando a sorte, trabalhe para que ela te encontre preparado".
Agora vem a pergunta: será que Maquiavel sobreviveria ao mundo de hoje sem ser cancelado? Em uma época onde as opiniões são constantemente julgadas e a internet pode derrubar reputações em minutos, o pensador florentino teria que ser extremamente estratégico. Ele provavelmente entenderia que a era digital exige um jogo mais sutil, onde o poder precisa ser exercido com um equilíbrio entre controle e diplomacia.
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Porém, há um detalhe: o cancelamento, por si só, também é um ato maquiavélico. Ele é usado como uma ferramenta para derrubar inimigos e fortalecer certas narrativas. Se analisarmos a fundo, é apenas mais um reflexo da luta pelo poder, algo que Maquiavel entenderia perfeitamente.
Maquiavel pode ter vivido no Renascimento, mas seu pensamento continua extremamente relevante no mundo moderno. Seja na política, no mundo corporativo ou até no universo das redes sociais, suas ideias sobre poder, estratégia e liderança ainda moldam o comportamento humano.
Se você quer sobreviver no jogo da vida, talvez valha a pena dar uma lida em "O Príncipe" e pensar: como aplicar essas ideias no mundo de hoje sem perder sua essência? No fim das contas, Maquiavel não era um vilão. Ele apenas dizia verdades desconfortáveis sobre o que é preciso para alcançar e manter o poder. E aí, pronto para ser um príncipe (ou princesa) do século XXI?
Obs. Caro leitor, o objetivo aqui é estimular a sua reflexão filosófica, nada mais! mais nada!
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